Quando pensamos em filmes de Terror o que logo nos vem à
mente são fantasmas, corpos sendo esquartejados, histórias misteriosas, serial
killers e outros elementos constitutivos de filmes que pretendem prender a
atenção de quem os vê pela veia apelativa do modo como é contada a história. O
suspense é deixado de lado para se trazer a tona sustos desmedidos acompanhados
de uma escandalosa trilha sonora que só faz redundar o que já é expresso pelo
meio imagético. As histórias geralmente começam sem a tensão de um filme de terror;
é comum filmes de terror baratos começarem com amigos em acampamentos, festas,
viagens, e no momento posterior todos já estão sendo perseguidos por forças
sobrenaturais, loucos munidos dos mais variados objetos cortantes, num esquema
antitético de “não tensão X tensão” colocado de forma escancarada, pronta para qualquer
público médio entender, priorizando a ação, não a atmosfera de suspense.
Deixemos de lado as receitas prontas para pensar o que faz
com que O Iluminado (1980) seja um
exemplar do Terror e do Horror como opção estética e não apenas mercadológica. Saber
que O Iluminado foi dirigido por Stanley Kubrick, diretor de filmes
considerados obras de arte como Laranja Mecânica (1972) e 2001 – Uma odisseia
no espaço (1968), e baseado no livro de mesmo nome do escritor Stephen King,
outro mestre do suspense, já seria o bastante para considerá-lo um clássico,
mas vamos aos elementos que compõe e justificam essa classificação.
Jack Torrance, representado no filme por Jack Nicholson, é
um escritor em crise, ex-alcoólatra, que vê no emprego de zelador do Hotel
Overlook a possibilidade de se refugiar do mundo a fim de retomar sua atividade
literária. Junto com ele, nesse refúgio de inverno, seguem sua esposa Wendy e
seu filho Danny, criança dotada de poderes sobrenaturais que se comunica com
uma voz interna que dizia ser outra criança, além de se comunicar com outras
pessoas de mesmo dom, os “iluminados”, que sugere o nome da obra. É no
isolamento do Hotel Overlook, construído sobre um antigo cemitério indígena,
que Jack Torrance, atormentado pela falta de criatividade, por transtornos
psíquicos, enlouquece e tenta matar a mulher e o filho.
Desde a primeira cena, do primeiro acorde da trilha sonora,
já temos uma sensação de sufocamento e desconforto, nada aconteceu ainda e já
nos sentimos presos pela atmosfera de horror que envolve todo o filme, já
estamos presos a algo que ainda não sabemos muito bem o que é, mas que de certa
forma nos incomoda. Não há a relação dita anteriormente de “não tensão x
tensão”, há pontos de tensão variados, não havendo momentos de não-tensão. Instaurada
logo de início de modo menos intenso só vai se desfazer, se é que ela se
desfaz, ao final do filme.
A causa desse sufocamento e desconforto foi proposto por
Freud em seu ensaio “Das Unheimliche” em que ele aborda o porquê do caráter
inquietante de determinadas situações, sistematizando os apontamentos de Ernst
Jentsch, que poderia ser, a grosso modo, passado para o português como
“estranhamente familiar”, algo que é comum a todos nós, que deve permanecer
secreto, oculto, mas que vem a tona desencadeado por circunstâncias detonadoras
que serão vistas mais a frente e que servirão de base para analisar o
comportamento psicótico de Jack Torrance.
Um dos recursos mais bem sucedidos para se criar o
estranhamento em uma narrativa, de acordo com Jentsch, é deixar o leitor, ou
espectador, na incerteza de algo. Logo no início já percebemos a estranheza do
comportamento de Jack, algo ali não está bem certo. Na entrevista de emprego,
quando é contada a história do zelador que matou a família a machadadas matando-se
logo depois com um tiro na boca, Jack reage como se isso fosse algo comum, a
impressão é que em nada lhe afetou uma história que deixaria qualquer outro
aterrorizado. Logo depois, com muita naturalidade (e estranheza), ele conta ao
filho a história de uma família que, para sobreviver ao isolamento causado pela
forte nevasca, tem que praticar atos de canibalismo.
É nesse momento que surge a incerteza desencadeadora do
processo de estranhamento. Jack não possui reações “normais” perante aos fatos,
algo ali já nos parece estranho e perturbador. Já estaria ele afetado por
alguma enfermidade psíquica? Ou por alguma entidade espiritual? A viagem e o
isolamento seriam um pretexto para o assassinato da família?
A incerteza sobre o comportamento de Jack é o que prende a
atenção do espectador tornando-se um elemento importante para a caracterização
da atmosfera de estranheza. O estranho, num primeiro momento, está ligado ao
fato de não saber se Jack já estava louco ou se ficou louco após o isolamento.
Após o isolamento, o comportamento de Jack se intensifica e podemos
pensar nos motivos desencadeadores ditos por Freud que podem nos dar uma luz do
porque de sua loucura e porque nos sentimos desconfortáveis com tais reações. O
personagem Jack contempla as circunstâncias detonadoras de um desarranjo
psicológico que é comum a todos nós. O primeiro é o medo da castração.
Para conseguir se manter, Jack aceita um emprego que
certamente o faz se sentir rebaixado: de escritor a zelador. No entanto, vê no
isolamento a possibilidade de retomar a carreira literária que já não anda bem.
Assim, pode aliar duas possibilidades em uma só: a carreira de escritor,
estando isolado do mundo em um trabalho que não exige muito fisicamente ele
pode se dedicar a escrever; e garantir o sustento da família justamente com um
trabalho pouco exigente.
Numa crise de criatividade sua esposa o interrompe, causando
grande stress em Jack que a trata de maneira estúpida, rasgando o que havia
acabado de escrever. Quando novamente sua esposa o procura dizendo que uma
mulher estrangulara seu filho e que seria melhor levar Danny embora, ou seja,
deixar o Hotel, Jack reage agressivamente dizendo: É tão típico de você [Wendy] criar um problema assim quando eu
realmente tenho a chance de conseguir alguma coisa, quando eu estou dedicado ao
trabalho. Várias carreiras estariam a minha espera se voltássemos agora, não é?
Tirando neve de portas, ou talvez lavando carros. Essas coisas atraem você?
Wendy, até aqui eu deixei que você estragasse a minha vida, mas eu não vou
deixar que você estrague isso também.
O medo da castração é algo que está em todos nós e somos
castrados porque não existe a completude, porque somos regidos por algo que não
conhecemos – o inconsciente – porque somos guiados por instintos que não nos levam
a um objeto específico e eficaz, mas que nos guiam por diferentes pulsões que
nos faz errar eternamente, transitando de objeto em objeto a fim de garantir a
satisfação de nossos desejos. O medo de ser castrado, ou seja, de perder seu
poder e de não ver realizado o desejo, gera uma emoção particularmente violenta
e obscura.
É isso o que acontece com Jack. Diante da possibilidade de
perder suas duas chances de voltar a ser bem sucedido – objeto de seu desejo - de
não ser mais um fracassado escritor nem um mero zelador de temporada, ele se
torna violento, prometendo que nada o afastará de seu caminho.
Em outra discussão com a esposa ele levanta sempre a questão
de suas responsabilidades para com os patrões que depositaram confiança em seu
trabalho; Jack não pode falhar, isso seria a comprovação de que ele é um
fracassado, ao contrário de seu filho, que como o zelador fantasma diz “possui
grandes qualidades”. Ele não possui grandes qualidades, seu filho sim, por isso
tem que “aprender uma lição”.
Um fato curioso chama a atenção: Jack Torrance é
interpretado por Jack Nicholson, Danny é interpretado por Danny Lloyd, ambos
interpretam personagens com seus próprios nomes. Esse fato poderia passar
despercebido, mas se tratando de Stanley Kubrick, nada é por acaso. Há uma
relação conturbada entre Jack e seu filho Danny e esse fato pode ter sido usado
pelo diretor para reforçar o conflito entre os dois. A atenção da mulher recai
toda sobre o menino que consegue ser notável, algo que Jack não consegue ser; o
menino possui grandes qualidades, Jack, se as possuía, aparentemente não as
possui mais. Para voltar a ter sucesso precisa eliminar aquilo que se apresenta
como um obstáculo a essa realização, ou seja, seu próprio filho.
A incerteza é algo fundamental para a criação da atmosfera
de Terror em O Iluminado, como já foi
dito anteriormente. A dúvida sobre o que é real ou o que é puramente fantástico
na obra nos deixa sem ter em que apoiar para tirar conclusões. Quando Jack
conversa com os espíritos, podemos notar sempre a presença de um espelho, o que
indica que o fantasma com que Jack conversa é apenas uma projeção do seu
próprio ego, que Freud chama de “duplo”.
Esse duplo é criado pelo inconsciente a fim de preservar a
integridade do ego, para que ele não seja destruído. Jack, sendo ele mesmo, é
tão covarde e incapaz que não consegue eliminar seu filho e sua esposa para
atingir seus dois objetivos finais: cuidar do hotel e retomar sua carreira de
escritor. Para conseguir tal feito, ele se projeta no personagem do zelador Delbert
Grady que matou as filhas e a mulher, num processo de identificação, a fim de
dar forma à realidade para um ego, criando assim outro ego, capaz de assumir as
responsabilidades de tal ato. São esses “fantasmas” que o encorajam a cumprir a
qualquer custo suas metas.
Sendo assim, poderíamos justificar de modo racional a
aparição dos fantasmas como sendo fruto da mente de Jack. No entanto, num
determinado momento, Jack é preso na despensa pela esposa. Após dormir acorda
sendo chamado pelo fantasma do antigo zelador. Esse fato nos leva a pensar que
esse chamado nada mais é do que uma alucinação auditiva, fruto de um distúrbio
psíquico. Contudo, após a conversa em que o fantasma do zelador duvida da
capacidade de ação de Jack, a porta se abre sozinha, sem a intervenção aparente
de alguém ou algo “real”. Como poderia uma projeção do ego de Jack abrir uma
porta trancada pelo lado de fora? É aí que novamente a incerteza nos aparece
como mecanismo de estranheza e coloca O
Iluminado como sendo uma obra ímpar do Terror.
Partindo para a área da interpretação através da semiótica,
encontramos Greimas que desenvolve uma reflexão acerca dos mecanismos de
produção de sentido. Em seu “Da Imperfeição”, Greimas aponta a descontinuidade
no discurso, a fratura no cotidiano, como sendo o detonador de uma nova
situação que gera o estranhamento no leitor, e aqui no caso, no espectador.
Pensando nessa ruptura, na fratura do cotidiano, podemos
entender que o isolamento de Jack e sua família seja o desencadeador do
estranhamento. Mas é aí que as teorias que poderiam explicar o estranho n’O Iluminado
novamente não são suficientes. A ordem e a previsibilidade não se sustentam no filme.
Como já foi dito, Jack não se tornou estranho para nós após a ida para
o Hotel Overlook, e a fratura sugerida por Greimas não traz a tona esse
estranhamento, ela potencializa o estranhamento. Algo no comportamento do
personagem já causava um desconforto, que se torna apenas mais intenso após a
reclusão.
Tanto a teoria de Freud, como a teoria de Greimas não dão
conta de explicar o estranhamento causado pelo filme O Iluminado. Se o fantasma do zelador é uma projeção do ego de
Jack, como aponta Freud em sua teoria do “Duplo”, como teria conseguido essa
projeção abrir a porta da despensa? Se o isolamento no Hotel Overlook pode ser
entendida com a fratura no cotidiano de que fala Greimas, porque temos a
sensação desde o início do filme de que algo já está errado com Jack?
Se desconsiderarmos totalmente o sobrenatural, poderíamos
pensar que Danny, ao ouvir o pai conversando dentro da despensa, teria aberto a
porta para que ele saísse, assim como poderia ter provocado os hematomas em si
mesmo. No entanto, não nos é dado nenhum tipo de pista para embasar esse
argumento. As alucinações são particulares de cada personagem: Jack tem visões
muito sofisticadas, próprias da imaginação de um escritor, que podem ter sido
influenciadas pela história que ouvira na entrevista de emprego. Danny tem
visões próprias do seu dom, mesmo sem conhecer a história que envolvia o Hotel,
consegue ver as meninas mortas, o que prova que ele é um “iluminado” e o único
que pode salvar a todos. Wendy passa a ter visões depois de passar por um stress
muito grande; a perturbadora cena em que ela vê um homem vestido de urso
fazendo sexo oral em um hóspede mistura o mundo infantil com o mundo adulto,
revelando o fim da inocência, da moral e da pureza.
As teorias abordadas até aqui nos dão pistas do porque O Iluminado
causa tanto desconforto, estranhamento e tensão, mas o filme vai além; as
teorias servem de base para uma compreensão profunda sobre o filme, mas não
completa. Alguns elementos ainda nos causam estranheza sem que sua explicação seja
contemplada por essas teorias. A racionalidade não explica tudo e temos
que partir para o mundo do fantástico, aceitando esse cenário como sendo real e
particularmente estranho pelo tempo em que somos envolvidos por ele.
Freud nos orienta no sentido de que se “o escritor cria uma
espécie de incerteza em nós, a princípio, não nos deixando saber, sem dúvida
propositalmente, se nos está conduzindo pelo mundo real ou por um mundo
puramente fantástico, de sua própria criação (...) ele tem, de certo, o direito
de fazê-lo e nós devemos nos curvar à sua decisão e considerar o cenário como
sendo real, pelo tempo que nos colocarmos em suas mãos”. Assim sendo, se
Shakespeare, por exemplo, nos oferece uma obra povoada por espíritos, fantasmas
e demônios como em Hamlet e Macbeth, ou em sentido diferente como em
A Tempestade e Sonho de uma noite de verão devemos aceitar cada uma a seu modo,
respeitando a vontade do escritor ou do diretor.
Sendo assim, além do que já foi contemplado pelas teorias esboçadas
acima, o que mais nos causa estranhamento em O Iluminado?
Comecemos pelo diretor. Kubrick, perfeccionista e obsessivo, dirige
seus filmes quase de maneira insana, tentando tirar tudo o que uma equipe pode
dar. Passou por todas as etapas da confecção de uma obra cinematográfica:
fotógrafo, diretor, montador, assistente de montagem, editor de som, o que fez
com que ele tivesse autoridade para colocar sua genialidade em vários aspectos
de um filme.
Os cenários grandiosos e ameaçadores, os planos muito abertos que nos dão
uma sensação de vazio e insegurança, o labirinto que reforça a ideia de Jack
ter se perdido em sua própria mente. A câmera que corre pelos corredores
labirínticos do Hotel atrás do menino com seu velotrol nos deixa em pânico a
cada curva. No entanto, é a trilha sonora que merece destaque.
Estamos acostumados a ser conduzidos através da palavra, pois ela nos
dá a direção do desenvolvimento da trama e acesso aos sentimentos dos
personagens. No entanto Kubrick segue por outro lado. Não é o diálogo que
conduz a trama; o diálogo é apenas uma das opções para conduzi-la, mas existem
outras, inclusive a trilha sonora. A trilha sonora não serve como um
complemento que apenas realça o que o meio imagético comunica, tocada em
segundo plano para enfatizar as ações, emoções ou diálogos dos personagens, ela
é colocada no mesmo plano da imagem, possuindo vida própria e narrando uma
história a parte.
Exemplo disso é que acontece em 2001 - Uma odisseia no espaço. O
filme possui 141 minutos, sendo que apenas 40 são de diálogos. O que sobra são
ruídos, música, respiração e silêncio, como parte integrante de uma narrativa a
parte, que caminha lado a lado com a imagem, num processo de coordenação, não
de subordinação.
O som desconexo com a imagem mexe com o circuito da mente do
espectador. Podemos perceber isso em um ótimo exemplar, também dirigido por
Stanley Kubrick: Laranja Mecânica. Algo estranho é despertado em nós no
momento em que um escritor é violentamente espancado enquanto sua esposa é
estuprada ao som de “Singin in the rain”. A parte auditiva do cérebro
não entende aquela música de modo agressivo, sua estrutura melódica e rítmica
não nos conduz a um estado de excitação ou violência; no entanto, a visão nos
mostra algo completamente diverso daquilo que ouvimos; vemos uma coisa e
ouvimos outra que não reforça o que se vê. A junção de dois sentidos
trabalhando de modos opostos cria uma terceira percepção que nos causa um
estranhamento.
N’O Iluminado a maneira como a trilha sonora causa um
estranhamento difere dos outros filmes citados. Ela não age em um esquema
antitético como em Laranja Mecânica, mas é responsável pela manutenção
de um estado de tensão, ou seja, ela não apenas reforça as cenas que por si só
já causariam um stress emocional no espectador, mas tem o poder de nos deixar
apreensivos mesmo quando aparentemente nada está acontecendo no meio imagético.
Na ausência de imagens que causam terror como espíritos e aparições, a trilha
fica responsável por essa função. Isso mostra que a trilha pode ser um elemento
a parte na criação de uma atmosfera de terror sem ter que apenas enfatizar as
cenas mais intensas.
A história de arrepiar criada por um dos maiores mestres do suspense,
Stephen King, que explora os medos humanos, oferece recursos ricos que se
sustentam na passagem para o meio cinematográfico. Um lugar afastado e
desprotegido, o medo não de um monstro, de um ser de outro planeta, de uma
epidemia, mas de um membro de sua própria família, que deveria oferecer
proteção. Acabamos criando uma proximidade com os personagens e o terror é
despertado em nós quando percebemos que estamos indo para o mesmo caminho,
perdidos no labirinto dos espaços vazios, no ambiente gelado e sem proteção.
A atmosfera que transita entre o real e o fantástico nos leva para um
mundo cheio de incertezas. Stephen King consegue criar algo parecido com o que
fez James Joyce, Tchékhov, Virgínia Woolf e Katherine Mansfield em seus
contos de atmosfera.
Muitos são os elementos passíveis de análise dentro de um filme com a
complexidade de O Iluminado. Passamos por seu escritor, pela mente
brilhante de seu diretor, encontramos respostas nas teorias de Freud e de Greimas,
que, ao mesmo tempo em que responderam, também levantaram questionamentos. Exploramos
outras possibilidades, como o fantástico; foi preciso analisar elementos
internos do filme como planos de câmera, trilha sonora, cenários, etc. Tudo
isso ainda não dá conta de uma total explicação de uma obra como essa, mas com
certeza são elementos que não podem ser desprezados na construção de um sentido
de estranhamento típicos de um bom filme de Terror.
Enquanto nos sentirmos incomodados pelo terror barato e medíocre
oferecido pelos blockbusters, O Iluminado continuará sendo uma expressão
máxima desse estilo, passível de muitas e muitas interpretações.
“All work and no play makes Jack a dull boy”
"O medo da castração é algo que está em todos nós e somos castrados porque não existe a completude, porque somos regidos por algo que não conhecemos – o inconsciente – porque somos guiados por instintos que não nos levam a um objeto específico e eficaz, mas que nos guiam por diferentes pulsões que nos faz errar eternamente, transitando de objeto em objeto a fim de garantir a satisfação de nossos desejos. O medo de ser castrado, ou seja, de perder seu poder e de não ver realizado o desejo, gera uma emoção particularmente violenta e obscura."
ResponderExcluirEssa parte matou a pau. Grande crítica de um grande filme. Não ficou no superficial, como se nota por aí, parabéns.